padres. O nome de Angoéra, pagão, ficou sendo Generoso, nome cristão. E foi como cobra que deixa a casca... Angoéra, que era triste, deixou a casca da tristura, e como Generoso, nome bento ficou prazenteiro. E ajudou a botar pedra no alicerce de todas as igrejas dos Sete Povos. E durou anos, esse ofício!... E ele sempre risonho e cantador. Um dia, chamou o padre-cura, confessou-se e foi ungido de óleo santo e morreu. Generoso morreu contente, pois a cara do seu cadáver guardou ar de riso; e foi muito chorado, porque tinha a estima de todos, por ser mui prazenteiro e brincador. De forma que a sua alma saiu-lhe do corpo, de jeito alegre; e então, invisível, entrava nas casas dos conhecidos, passeava nos quartos e salas, e para divertir-se fazia estalar os forros do teto e os barrotes do chão, e também os trates novos, e os balaios de vime grosso; e se achava dependurada uma viola, fazia sonar o encordoamento, para alegrar-se com a lembrança das suas cantigas, de quando era vivo e cantava... Outras vezes assobiava nas juntas das portas e janelas, espiando por elas os moradores da casa; e quando os homens, rodeavam a candeia, pitando, ou as crianças, brincando, ou as donas costuravam ou faziam nhanduti, o Generoso, — a alma dele, p’r’o caso — soprava devagarzinho sobre a chama da luz, fazendo-a requebrar-se e balançar-se, que para a sombra das cousas também mudar de estar quieta... E muitas vezes — até o tempo do Farrapos —, quando se dançava o fandango nas estâncias ricas ou a chimarrita nos ranchos do pobrerio, o Generoso intrometia-se e sapateava também, sem ser visto; mas sentiam-lhe as pisadas, bem compassadas no rufo das violas... e quando o cantador do baile era bom e pegava bem de ouvido, ouvia, e por ordem do Generoso repetia esta copla, que ficou conhecida como marca de estância antiga: sempre a mesma... “Eu me chamo Generoso, “Morador em Pirapó: “Gosto muito de dançar “Co’as moças de paletó...” ............................................................. *6* *Mãe mulita* — O tatu, mais a mulita, — É lei da sua criação: — Sendo macho, não pode ter irmã; — Sendo fêmea, não pode ter irmão. _(Cancioneiro Guasca.)_ Este bicho foi mandado ficar assim desde que o rei dos judeus mandou matar duas mil crianças e a Virgem Maria fugiu para o Egito, para salvar o Menino Jesus, fugindo num carro pequeno, puxado por um burro petiço... A certa altura do caminho a comitiva foi alcançada por uma comitiva do rei, com ordem de matar o Menino e algemar seus pais; porém Nossa Senhora, com os seus rogos e lágrimas conseguiu abrandar o centurião que comandava; e deu-lhe de presente, o burro. Depois a Virgem Maria e S. José, com muito custo, lá foram empurrando o carro onde ia dormindo, muito sossegado, o Menino Jesus. E foram andando... andando... andando... A escolta já ia seguir seu caminho, de volta, porém parou, porque o burro tinha-se empacado... Embalde o centurião chicoteou o animal; depois bateu-lhe com o pau da lança; depois com a bainha do espadão; nada!... o burro, sempre empacado!... Os soldados todos, um por um, espancaram-no: o burro, sempre empacado!... Todos os soldados juntos e ao mesmo tempo, espancaram-no; o burro sempre empacado!... Então o centurião ficou furioso, dizendo-se enganado pela Virgem, que lhe dera tão ruim animal. E resolveu perseguir e prender os fugitivos, para seu castigo. A Virgem e S. José não viram o que atrás deles se passava, somente ouviam o rumor das pancadas que os soldados davam no burro e as blasfêmias do centurião... E assustados, apuravam as forças, empurrando o carrinho. Então o Menino Jesus acordou-se e teve fome; mas com muito cansaço e sofrimentos, o seio de Maria não apojou... Ele chorava, de pesar... e o Menino pegou a chorar, de fome... Nisto apareceu uma mulita e Nossa Senhora disse-lhe: — Mulita, se tens filhos, dá-me uma gota do leite para o meu filho!... E a mulita parou-se e deu a gota de leite; mas era muito pouco e o Menino continuou chorando, com fome... Nossa Senhora chorou de pesar e tornou a dizer: — Mulita, chama tuas filhas, para cada uma dar uma gota de leite para o meu filho!... — Senhora Virgem, respondeu a mulita, minha ninhada é grande, porém nele as filhas são poucas... E chamou as suas poucas filhas, e cada uma deu uma gota de leite para acalmar a fome do Menino, que calou-se, farto. Depois cada mulitinha tomou seu rumo, no deserto; só ficou a mulita mãe, acompanhando. Quando iam já muito longe, avistaram a escolta que vinha em sua perseguição; e à frente, ameaçador, o centurião!... Então a Virgem, muito aflita, disse: — Mulita, dá-me a tua força, para puxar o carro do meu filho!... E a mulita puxou; mas era tão pouca sua força, que o carro quase nada adiantava. E a escolta cada vez mais perto!... E Nossa Senhora chorou, de medo, e tornou a dizer: — Mulita, chama os teus filhos, para darem a sua força e correrem, puxando o carro do meu filho!... — Senhora Virgem, respondeu a mulita, a minha ninhada é grande, porém nela os filhos são poucos... E chamou os seus poucos filhos, que começaram a correr, puxando o carrinho, do Menino Jesus... E a escolta cada vez mais perto!... Mas o carro, agora puxado pelos filhos da mulita ia sempre andando depressa. Mas os cavalos são maiores que as mulitas e por isso vencem mais terreno... e já a escolta estava perto... perto..., quando levantou- se um medonho temporal de areia, que obrigou e o centurião a dispersarem-se entre gritos de raiva... Então, quando viram que o Menino estava salvo, cada mulitanho tomou seu rumo no deserto; só ficou a mulita mãe, acompanhando. Então Nossa Senhora tornou a dizer: — Mulita, em memória das gotas de leite das tuas filhas, em memória da força dos teus filhos, deste dia em diante, de cada vez que deres ninhada, será sempre ou só de fêmeas ou só de machos!... E a mulita respondeu: — Pois que assim seja a vossa vontade, Senhora Virgem! Porém eu peço que ordeneis que o mesmo seja para a minha boa comadre, a tatua... — Pois será, também! Então a mulita tomou seu rumo, no deserto, e foi levar a nova a sua comadre tatua, que ficou muito contente...* * O argumento destas duas lendas — 5, 6 — está desenvolvido baseado na tradição longínqua, e é de notar a acomodação bizarra dos elementos do seu entrecho. *7* *São Sepé* “*Arroio S. Sepé* — no município de Caçapava; nasce a coxilha de Babiroquá e deságua no Vacacaí. *Deve o nome, que lhe foi posto pelos Jesuítas, ao célebre chefe índio José Tiaraiú, conhecido por Sepé*, vencido e morto na batalha de 7 de fevereiro de 1756, no sopé da Coxilha de Sta. Tecla, perto de Bagé. Era à margem deste arroio que existia a sepultura do referido índio, indicada por uma grande cruz de madeira, com uma inscrição — *meio em latim, meio indiático* —, que quer dizer o seguinte: † Em Nome de Todos os Santos † No ano de Cristo Jesus de 1756 A 7 de Fevereiro morreu combatendo O grande chefe guarani Tiaraiú em um sábado santo † Subiu ao Céu dias antes do que † o grande chefe da taba do Uruguai que morreu em 10 de fevereiro em quarta-feira combatendo contra um exército de 15000 soldados. † Aqui enterrado † A 4 de Março mandou levantar-lhe esta cruz o padre D. Miguel Descansa em paz † “Conforme a homenagem prestada pelos Jesuítas na inscrição e na denominação do arroio, e não havendo no calendário católico santo de nome — Sepé — temos de concluir que as virtudes, o mérito do grande chefe índio foram forais para a sua estranha — canonização — no entretanto perdurável e popularizada. Foi sob tal aspecto que recordamos aqui este curioso fato ........................” _(Cancioneiro Guasca)_. ------------------------------------------------------------- *O Lunar de Sepé* Eram armas de Castela Que vinham do mar de além; De Portugal também vinham Dizendo, por nosso bem: Mas quem faz gemer a terra... Em nome da paz não vem! Mandaram por serra acima Espantar os corações; Que os Reis Vizinhos queriam Acabar com as Missões, Entre espadas e mosquetes Entre lanças e canhões!... Cheiravam as brancas flores Sobre os verdes laranjais; Trabalhavam-se na folha Que vem dos altos ervais; Comia-se das lavouras Da mandioca e milharais. Ninguém a vida roubava Do semelhante cristão Nem a pobreza existia Que chorasse pelo pão; Jesus Cristo era contente E dava sua benção... Por que vinha aquele mal, Se o pecado não havia? O tributo se pagava Se o vizo-rei pedia, E, até sangue se mandava Na gente moça que ia... Eram armas de Castela Que vinham do mar de além; De Portugal também vinham, Dizendo, por nosso bem: Mas quem faz gemer a terra... Em nome da paz não vem! Os padres da encomenda Faziam sua missão: Batizando as criancinhas, E casando, por união, Os que juntavam os corpos Por força do coração... Do sangue dum grão Cacique Nasceu um dia um menino, Trazendo um lunar na testa, Que era bem pequenino: Mas era — cruzeiro — feito Como um emblema divino!... E aprendeu as letras feitas Pelos padres, na escritura; E tinha por penitência, Que a sua própria figura De dia, era igual às outras... E diferente, em noite escura!... Diferente em noite escura, Pelo lunar do seu rosto, Que se tornava visível Apenas o sol era posto; Assim era — Tiaraiú —, Chamado — Sepé, — por gosto. Eram armas de Castela Que vinham do mar de além; De Portugal também vinham Dizendo, por nosso bem: Mas quem faz gemer a terra... Em nome da paz não vem! Cresceu em sabedoria E mando dos povos seus; Os padres o instruíram Para o serviço de Deus E conhecer a defesa Contra os males do ateus... Era moço e vigoroso, E mui valente guerreiro: Sabia mandar manobras Ou no campo ou no terreiro; E na cruzada dos perigos Sempre andava de primeiro. Das brutas escaramuças As artes e artimanhas Foi o grande Languiru Que lh’ensinou; e as façanhas, De enredar o inimigo Com o saber das aranhas... E, tudo isto, aprendia; E tudo já melhorava, Sepé — Tiaraiú, chefe Que o Sete Povos mandava, Escutado pelos padres, Que cada qual consultava. Eram armas de Castela Que vinham do mar de além; De Portugal também vinham Dizendo, por nosso bem: Mas quem faz gemer a terra... Em nome da paz não vem! E quando a guerra chegou Por onde os Reis de além, O lunar do moço índio Brilhou de dia também, Para que os povos vissem Que Deus lhe queria bem... Era a lomba da defesa, Nas coxilhas de I-bagé, Cacique muito matreiro Que nunca mudou de fé; Cavalo deu a ninguém... E a ninguém deixou de a pé... Lançaram-se cavaleiros E infantes, com partazanas, Contra os Tapés defensores Do seu pomar e cabanas; A mortandade batia, Como ceifa de espadanas... Couraças duras, de ferro, Davam abrigo à vida Dos muitos, que, assim fiados, Cercavam um só na lida!... Um só, que de flecha e arco, Entra na luta perdida... Eram armas de Castela Que vinham do mar de além; De Portugal também vinham Dizendo, por nosso bem: Mas quem faz gemer a terra... Em nome da paz não vem! Os mosquetes estrondeam Sobre a gente ignorada, Que, acima do seu espanto, Tem a vida decepada...; E colubrinas maiores Fazem maior matinada!... Dócil gente, não receia, As iras de Portugal: Porque nunca houve lembrança De haver-lhe feito algum mal: Nunca manchara seu teto...; Nunca comera seu sal!... E de Castela tampouco Esperava tal furor; Pois sendo seu soberano, Respeitara seu senhor; Já lhe dera ouro e sangue, E primazia e honor!... A dor entrava nas suas carnes... Na alma, a negra tristeza, Dos guerreiros de Tiaraiú, Que pelejavam defesa, Porque o lunar divino Mandava aquela proeza... Eram armas de Castela Que vinham do mar de além; De Portugal também vinham Dizendo, por nosso bem: Mas quem faz gemer a terra... Em nome da paz não vem! E já rodavam ginetes Sobre os corpos dos infantes Das Sete Santas Missões, Que pareciam gigantes!... Na peleja tão sozinhos... Na morte tão confiantes!... Mas, o lunar de Sepé Era o rastro procurado Pelos vassalos dos Reis, Que o haviam condenado:... Ficando o povo vencido... E seu haver... conquistado! Então, Sepé, foi erguido Pela mão do Deus — Senhor, Que lhe marcara na testa O sinal do seu penhor!... O corpo ficou na terra... A alma, subiu em flor!... E subindo para as nuvens, Mandou aos povos — benção! Que mandava o Céus — Senhor Por meio do seu clarão... E o — lunar — da sua testa Tomou no céu posição... Eram armas de Castela Que vinham do mar de além; De Portugal também vinham Dizendo, por nosso bem: Mas quem faz gemer a terra... Em nome da paz não vem! Esta melopéia (?), ouvi-a em 1902, sofrivelmente recitada por uma velhíssima mestiça — Maria Genoria Alves — moradora na picada que atravessa o rio Camaquã, entre os municípios de Cangussu e Encruzilhada. Aparte as deturpações aberrantes dos vocábulos e a difícil colocação, concatenada dos versos, conservei a forma original, difusa, opaca e, do mesmo passo ingênua e amorável, dentro da qual porém, sente-se que estremece uma idealização, tendente a aureolar a figura do chefe índio, superiorizando-a por um signo misterioso — o lunar —, mandado divino... Deixei de parte alguns versos cujo sentido disforme e expressão eram de impossível entendimento e acomodação neste grupo. Relembrança popular do heróico guarani é esta (e procedência?...) a única que até hoje hei encontrado em não pequena perambulação. *8* *O Caapora* É um espírito com forma de homem, gigante, peludo e muito tristonho, que comanda as varas de porcos do mato e anda sempre montado sobre um deles. Quem topar com o Caapora daí em diante arrastará consigo a infelicidade (caiporismo), para todo o resto da sua vida; se era bom torna-se mau caçador, pescador; dará topadas no caminho, espinhar-se-á nas roçadas, perderá objetos, andará atrasado, apoquentado... Os animais domesticados também sentem a sua má influência, e entecarão, terão gogo, sofrerão bicheiras... No entanto o Caapora protege a caça bravia dos matos. *9* *O Curupira* É o espírito malfazejo do mato, que enreda os trilhos do caminho para enganar os andantes e sugar-lhes o sangue. Andam sempre em casal e moram no oco dos paus de lei; aparecem de repente, fazem os seus embustes e escondem-se, à tocaia, rindo-se em silêncio. O Curupira é como um tapuio pequeno; tem os dentes verdes e os pés colocados às avessas. Quando perseguido pelo curupira, o melhor meio de fugir-lhe é atirar-lhe e ir deixando pelo caminho cruzes e rodilhas de cipó, entrançadas; ele entretém-se a examinar o achado e a destrançá-lo, e enquanto isso, o perseguido escapa-se. *10* *O Saci* Era um caboclinho, dum pé só, muito ágil, que saltava na garupa dos cavalos dos viajantes. Gostava das picadas e das encruzilhadas das estradas sombreadas. Outros diziam que o Saci, apenas era manco de um pé e tinha uma ferida em cada joelho; que usava um barrete feito das _marrequinhas_ (flores da corticeira), e que era ele que governava as moscas importunas, as mutucas, os mosquitos. *11* *A Oiára* “A Oiára — ou Mãe-d’água — é um demônio macho-fêmea dos rios. É um tapuio ou tapuia de rara beleza, morador do fundo dos rios ou lagos, e que fascina aquele que cai em seu poder, induzindo a pessoa fascinada a lançar-se n’água. O indivíduo fascinado pelas Oiáras, se não chega afogar-se, ao ser retirado da água, declara ter visto palácios encantados, no fundo do rio, tendo sido acompanhado nesse passeio por uma bela mulher (se é homem, e por dois belos tapuios se é mulher). Ao voltar à terra as Oiáras o soltam e de novo vão para o rio, mas deixando em seu lugar pequenos tapuios para guardar o enfermo. Estes pequenos tapuios devem impedir que outros espíritos se apoderem da vítima.” *12* *O Jurupari* É um espírito mau, que à noite aperta a garganta das crianças e até dos homens, para trazer-lhes aflição e maus sonhos, principalmente por haverem comido muito antes de se deitarem. É ele que faz o _pesadelo_ nas criaturas. *13* *O Lobisomem* Diziam que eram homens que havendo tido relações com as suas comadres, emagreciam; todas as sextas-feiras, alta noite, saíam de suas casas transformados em cachorro ou porco, e mordiam as pessoas que tais desonras encontravam; estas por sua vez ficavam sujeitas a transformarem-se em lobisomens... *14* *A Mula sem cabeça* Diziam que as mulheres de má vida, relacionadas com padres, se transformavam, tarde da noite, em mula, sem cabeça, e conduzindo na cauda um facho de fogo, que nenhum vento ou chuva apagava antes de romperem as barras do dia... *15* A lenda referente aos — enterros — (dinheiro, jóias, baixelas enterradas) tem a sua origem na crença das almas do outro mundo — os espíritos — “A alma de quem morreu sem deixar notícias do dinheiro que tinha escondido ou guardado em tal e tal lugar, anda penando. As luzes azuladas que se observam de noite nos campos e em redor das povoações, que volteiam e afinal se desvanecem, não são senão almas penadas. “Só quando um cristão descobrir o — enterro — é que hão de cessar de aparecer e de penar” Se o — enterro — está da habitação ouve-se ruídos, pancadas, gemidos... são as casas — mal assombradas. — *** A lenda da — Lagoa brava — é apenas uma variante da dos Serros bravos e tem a sua contextura na da Oiára. A da lagoa do Iberá, bem como a dos salamanqueiros, do nhandu — tatá e outras, são mais do acervo rio-platense-andino. *** Há ainda, de formação local, muitas _histórias_ ingenuíssimas e curiosas, tais como a dorme-dorme (ave vespertina); porque a pomba não sabe fazer seu ninho; porque a capivara é rabona (sem cauda); a do anu, ladrão do ninho alheio; a do João barreiro, e outras muitas, para adormecer crianças...* * O argumento das lendas desta série — 8, 14 — consta do livro — Cancioneiro Guasca — do autor. (Edit. Echenique & C. — 1910) A sua versão e influência correram, aliás mui fracamente entre as gentes antigas da campanha rio-grandense.
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